Presenteado pela simplicidade de dançantes corpos nus.
Meninas brincantes e levemente convidativas, ali zombavam da minha cara, do meu corpo, gritavam pra minha ignorância de querer estar com elas. O de cima era esquecido quase que sempre e o foco ficava nos pés, aqueles também malabaristas com seus novelos de lã, que
brincavam com a imprecisão e com o desequilíbrio.
Totalmente entregue depois de um tempo eu sobressaltava aos outros - pensantes acadêmicos loucos por palavras - já estava dito pela nudez e pela relação, o que mais questionar (?).
No emaranhado de fios cheios de vida - histórias - me vi inteligente, eu tinha esquecido a diferença de ver e olhar, não resgatei por mim, mas por elas, essa distinção, aquelas duas jovens de espírito inabalável em seu fazer. Fiandeiras de almas que arrancavam sussurros de mim durante o tempo em que meus olhos, ao não desgrudar delas, se refestelaram da pura felicidade de estar em cena.
Agradeço o momento.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Práticas e Poéticas Vocais - 19 e 20/02/11
Voltei e estava tudo mudado, ou pelo menos essa foi minha primeira impressão ao reencontrar essas pessoas estranhas, no presente, procurando investigar-se. Era milimetricamente (co)medido, pensado, e eu já não fazia mais parte daquilo tudo. Meu corpo estava pronto, mesmo me ausentando dele por dois meses parecia que era mais um dia de pesquisa dentre muitos de um semestre corrido.
Eu dançava minha corriqueira musculatura pelo espaço. "Não é você no espaço, é o espaço em você." Tudo bem, que assim seja, e meus poros foram dilatando a custa de respiração, suor, olhares e risos, exercício de se divertir descobrindo-se. O familiar novo chão serviu, justo, para a composição provocativa, vista de cima, e eu via, era uma composição de corpos vivendo o agora e desacostumandamente estraçalhados para o outro e para o espaço.
Se me chamasse, que fosse com um olhar, eu seria abruptamente delicado na resposta, talvez fosse isso que me mantinha dentre aquelas pessoas ali, eu recebia algo e percebi: não foram elas, fui eu, o de antes não morava mais em mim. Riam-se e falavam-se, cúmplices, e eu ria-me e falava-me.
Espaço e não espaço - exaustiva missão de manter-se bem disposto - relação de encontro. Procurava. E estava ali quase ao meu alcance um pequeno molho de chaves tão mencionadas, não éramos mais, era eu só. Enfim eu me reconhecia experimentando, ser minúsculo em contato com o tudo, tal qual aquela gota líquida que sai dos olhos por efeito físico ou causa moral. Recolho-me. Silêncio.
E ainda bem que há madrugadas que me fazem sentir a necessidade de falar.
Eu dançava minha corriqueira musculatura pelo espaço. "Não é você no espaço, é o espaço em você." Tudo bem, que assim seja, e meus poros foram dilatando a custa de respiração, suor, olhares e risos, exercício de se divertir descobrindo-se. O familiar novo chão serviu, justo, para a composição provocativa, vista de cima, e eu via, era uma composição de corpos vivendo o agora e desacostumandamente estraçalhados para o outro e para o espaço.
Se me chamasse, que fosse com um olhar, eu seria abruptamente delicado na resposta, talvez fosse isso que me mantinha dentre aquelas pessoas ali, eu recebia algo e percebi: não foram elas, fui eu, o de antes não morava mais em mim. Riam-se e falavam-se, cúmplices, e eu ria-me e falava-me.
Espaço e não espaço - exaustiva missão de manter-se bem disposto - relação de encontro. Procurava. E estava ali quase ao meu alcance um pequeno molho de chaves tão mencionadas, não éramos mais, era eu só. Enfim eu me reconhecia experimentando, ser minúsculo em contato com o tudo, tal qual aquela gota líquida que sai dos olhos por efeito físico ou causa moral. Recolho-me. Silêncio.
E ainda bem que há madrugadas que me fazem sentir a necessidade de falar.
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